Falar sobre paternidade faz pensar sobre todo processo de construção e desconstrução que ao longo do tempo este lugar/papel vem passando.
Hoje em dia é possível falarmos que ao nascer um bebê, nasce um pai. É uma revolução silenciosa e inconstante que está acontecendo, pois sabemos que existem outras realidades, a que o pai não participa, é ausente, desaparece, abandona afetivamente, entre tantas outras situações complicadas, porém com a mudança de cenário e com a inclusão dos pais nas vivências e cuidados com o bebê ao longo do tempo, os pais estão se sentindo permitidos a se aproximarem com um novo olhar que possibilita se apropriarem melhor deste papel.
Se formos pensar há um tempo o pai era apenas provedor de sua família e era a mãe quem se dedicava nos cuidados com o bebê, o quanto se faz importante o reposicionamento deste lugar de homem-poder para homem-participar, interagir. Hoje em dia percebemos em alguns casos que os pais dividem desde tarefas domésticas, até trocar fraldas, dar papinha e não simplesmente chamam a mãe quando o bebê suja a fralda ou começa a chorar. Conheço casos em que os futuros papai e mamãe compartilham suas expectativas, medos, fazem cursos juntos para se prepararem para receber o bebê.
O vínculo do pai com o bebê é construído de forma diferente, não acompanha as mudanças físicas de um corpo como acontece com a mãe, mas sim as mudanças no aspecto emocional, o amadurecimento psíquico que o leva a instalar este novo ser em algum lugarzinho de seu mundo interno.
O quanto se faz importante naturalizar a presença e participação de um pai nas vivências com sua família, não há nada de extraordinário quando um pai escolhe participar. A paternidade só precisa de amor, disposição e cuidado.
Beatriz Candido Barbosa da Silva
Psicóloga
CRP 06/123304
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