Desconstruindo a maternidade perfeita

Hoje em dia percebemos várias configurações de maternidade: mães de um, mães de dois, mães solo, mães de coração e tantos outros formatos. Ser mãe é um processo de descoberta em conjunto com o bebê/criança dia após dia, entre tentativas, acertos e falhas. É  o mix de culpa, orgulho, tranquilidade, descobertas, caos, choro e sorrisos.

Existe muito julgamento sobre o que é certo ou não, a mãe muitas vezes não consegue ser vista em sua totalidade, parece que não há espaço para falhas, como se precisasse ser perfeita o tempo todo, isso cria uma culpa “negativa”, muitas vezes a mulher por se autocobrar em fazer tudo certo acaba por sentenciar-se a viver a maternidade como algo penoso e isso torna tudo pesado e nada saudável.

Você pode estar ai se questionando porque comentei no paragrafo acima sobre culpa “negativa”. Falando sobre culpa, podemos pensar que quando gera uma reflexão para mudança, falamos sobre um lugar de cuidado, proteção, o que permite olhar para a situação novamente e ressignificar, é um lugar de reconhecer sua responsabilidade naquilo que pode ser mudado, porém a culpa se torna “negativa” quando há somente espaço de obsessão sobre seu comportamento, gerando uma dificuldade de se colocar, permanecendo paralisada em algumas situações.

Maternidade real é aquela em que a mãe se encontra dentro daquilo que ela realmente pode oferecer, reconhece que pode faltar com a criança em algum momento. Segundo Winnicott, uma mãe não nasce pronta, o instinto materno é construído na convivência com o bebê, ele diz que os bebês ensinam as mães a serem mães.

Então as mães vão tecendo a partir de suas próprias experiências com o bebê e trocas com outros o que é possível ser feito, muitas vezes o que funciona para uma mãe, não necessariamente vai dar certo para a outra, por isso fazer tentativas desde o processo de amamentação até mesmo na introdução alimentar é fundamental para encontrar o que funciona com o bebê dentro da singularidade desta relação mãe-bebê.

Neste processo de maternar se faz importante o lugar de fala sobre o que sente e vivencia no dia a dia, pois pode surgir culpa “negativa” por não dar conta de algo, como por exemplo, ter que conciliar a maternidade com o retorno para o meio profissional ou até mesmo identificar que é necessário pausar o profissional para se dedicar nos cuidados com o bebê, entre tantas outras demandas que podem surgir nos caminhos da maternidade, é essencial olhar para si mesma e identificar: O que é possível? E para você, como tem sido esse processo de ser mãe?

Beatriz Candido Barbosa da Silva
Psicóloga
CRP 06/123304

Comercial Boticário: Maternidade sem julgamentos:

 https://www.youtube.com/watch?v=VZ_ULSxca9k

Filmes:

-Fala sério mãe

– Não sei como ela consegue

– Minha mãe é uma peça

– O que esperar quando você está esperando

Podcast

– Podcast É A MÃE

– Clube das mães cansadas

– Lado B da Maternidade

Livro

– Mãe recém-nascida – Thaís Vilarinho

– Mãe fora da caixa – Thaís Vilarinho

– O mito da mãe perfeita – Karen Ehman e Ruth Sshwenk

One thought on “Desconstruindo a maternidade perfeita

  1. Anali says:

    Gostei bastante do texto, me fez pensar sobre a maternidade sob outro ângulo, com mais acolhimento, entendimento e menos autocobrança.

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