Etarismo e saúde mental
O etarismo é uma forma de preconceito baseado na idade, que se manifesta por meio de estereótipos e discriminação contra pessoas mais velhas. Na perspectiva psicológica, essa forma de preconceito pode ter consequências significativas na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas que são alvo dele.
Uma das principais consequências psicológicas do etarismo é a distorção da imagem que as pessoas mais velhas têm de si mesmas. Quando são expostas a mensagens e estereótipos negativos associados à idade, as pessoas mais velhas podem começar a internalizar essas mensagens e acreditar que são menos capazes, menos valiosas ou menos importantes do que as pessoas mais jovens. Isso pode levar a uma diminuição da autoestima e autoconfiança, bem como a sentimentos de isolamento e solidão.
Além disso, o etarismo também pode contribuir para o desenvolvimento de condições como a ansiedade e a depressão. Pessoas que experimentam discriminação ou se sentem marginalizadas por causa de sua idade podem experimentar um senso de desamparo e falta de controle em relação às suas vidas. Elas podem sentir que sua idade é um fator determinante de como são percebidas e tratadas pelos outros, levando-as a sentimentos de tristeza, raiva e desesperança.
O etarismo também pode ter consequências sociais significativas, especialmente em termos de isolamento e exclusão social. Quando as pessoas mais velhas são rotuladas e discriminadas com base em sua idade, podem diminuir a participação em atividades sociais e comunitárias, além de provocar sentimentos de solidão e isolamento social. Isso, por sua vez, pode levar a um declínio na saúde física e mental, já que a solidão e o isolamento são fatores de risco conhecidos para uma série de condições de saúde.
Em resumo, o etarismo pode ter consequências significativas na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas mais velhas, levando a uma distorção da imagem que as pessoas mais velhas têm de si mesmas, bem como a sentimentos de ansiedade, depressão e isolamento social. Para combater o etarismo, é importante desafiar os estereótipos e preconceitos associados à idade e trabalhar para criar comunidades mais inclusivas e acolhedoras para pessoas de todas as idades.
Cristina A. Silva
Psicóloga
CRP 06/44940