Stalking e orbiting

Stalking e orbiting são termos que se referem a comportamentos virtuais que podem ter um impacto significativo na saúde mental das pessoas envolvidas. Os stalkers costumam demonstrar uma fixação doentia em relação à vítima, dedicando uma quantidade significativa de tempo e energia para monitorar seus movimentos, online e offline, causando ansiedade e desconforto. Por outro lado, há orbiting quando alguém mantém uma presença virtual constante na vida de outra pessoa, curtindo e comentando suas postagens, mesmo após o fim de um relacionamento, o que pode ser angustiante e dificultar o processo de superação.

Veja as principais características dos dois conceitos:

Esses comportamentos virtuais invasivos podem ter consequências provocadas para a saúde mental das pessoas envolvidas. Para as vítimas de stalking, o sentimento de medo e violação da privacidade pode levar a problemas como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. A vigilância constante e o monitoramento podem fazer com que o indivíduo se sinta constantemente ameaçado, causando danos emocionais.

No caso do orbiting, a pessoa que está sendo “orbitada” pode se sentir presa em um ciclo de sentimentos confusos e constantemente lembrada de um relacionamento passado, o que dificulta o processo de cura e de “seguir em frente”, pois não consegue se desvincular completamente do ex-parceiro. Essa situação prolongada pode causar ansiedade, tristeza e baixa autoestima, prejudicando a saúde mental.

Algumas possíveis causas do comportamento dos praticantes de stalking e orbiting incluem transtornos de personalidade (como o transtorno de personalidade borderline ou o transtorno obsessivo-compulsivo), bem como problemas de saúde mental (como a esquizofrenia). Traumas passados, histórico de abuso ou negligência também podem desempenhar um papel no comportamento de perseguição.

O tratamento para stalkers envolve abordagens multidisciplinares. É importante entender toda a situação e o que levou a pessoa a chegar a este ponto. Vale ressaltar que as ações existem por algum motivo, por isso é importante buscar a raiz do problema, e a terapia individual pode ajudar o stalker a explorar as causas subjacentes do seu comportamento, desenvolver empatia e compreensão pelos outros e aprender estratégias saudáveis ​​de lidar com as emoções intensas. Em alguns casos, a medicação pode ser recomendada, assim como grupos de apoio, programas de reabilitação e monitoramento.

É importante destacar que o comportamento de perseguição é ilegal em muitos países e deve ser denunciado às autoridades competentes. A segurança da vítima é a prioridade, e o tratamento do stalker visa tanto à proteção da sociedade quanto à possibilidade de recuperação do agressor.

Dessa forma, a conscientização sobre os efeitos negativos do stalking e do orbiting na saúde mental é crucial. Todos nós devemos nos esforçar para criar um ambiente online seguro e respeitoso, onde as pessoas podem se sentir protegidas e livres de invasões indesejadas. Priorizar a saúde mental é fundamental para o bem-estar geral e a qualidade de vida das pessoas em um mundo cada vez mais conectado virtualmente.

Cristina A. Silva
Psicóloga
CRP 06/44940

3 thoughts on “Stalking e orbiting

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *