Cuidados paliativos: a delicada missão de enfrentar
Cuidados paliativos são uma abordagem de assistência à saúde que se concentra em melhorar a qualidade de vida de pessoas que enfrentam doenças graves ou terminais. Seu objetivo é aliviar os sintomas e o sofrimento associados à doença, bem como oferecer suporte emocional e espiritual tanto para o paciente quanto para seus familiares.
Quando alguém em cuidados paliativos está diante da iminência da morte, suas reações podem variar amplamente e ser influenciadas por uma combinação de fatores físicos, emocionais e espirituais. Alguns podem experimentar uma sensação de tranquilidade e aceitação, encontrando paz na ideia de um fim próximo e encarando-o como parte natural do ciclo da vida. Outros podem enfrentar ansiedade, medo e angústia diante da mistura do que está por vir. É comum que emoções intensas, como tristeza, raiva ou mesmo alívio, surjam à medida que o paciente reflete sobre sua própria mortalidade.
Além das emoções, a pessoa em cuidados paliativos pode passar por mudanças físicas e manifestar sinais de declínio, como fadiga, perda de apetite, dificuldade para respirar e dor. Esses sintomas podem variar de acordo com a sua condição médica específica, mas é importante que uma equipe de cuidados paliativos esteja preparada para oferecer o tratamento adequado para controlar os sintomas e garantir o máximo conforto possível.
Em relação ao aspecto espiritual, muitos pacientes em cuidados paliativos buscam significado e propósito no final de suas vidas. Eles procuram conforto em suas crenças religiosas, com o intuito de encontrar consolo em práticas espirituais ou explorar questões existenciais mais profundas.
Cada paciente é único e sua reação à iminência da morte é pessoal e subjetiva, mas a maneira como a família se comporta desempenha um papel fundamental no bem-estar geral daquele. É crucial que os entes queridos adotem uma abordagem compassiva, amorosa e solidária durante esse período desafiador.
Em primeiro lugar, deve haver um esforço para manter uma atmosfera de calma e tranquilidade ao redor do paciente. Isso pode envolver a criação de um ambiente acolhedor e reconfortante, onde a pessoa se sente segura e amada. É importante evitar traumas ou angústias, permitindo que desfrute de momentos de paz e serenidade.
Além disso, a família deve estar aberta à comunicação e pronta para ouvir aquele que recebe os cuidados paliativos. Cada um tem suas próprias necessidades e desejos quando enfrenta uma doença terminal, e é fundamental acompanhar e honrar essas escolhas. Ao estabelecer uma linha de comunicação clara e empática, é possível ajudar o paciente a expressar seus sentimentos, preocupações e desejos, promovendo um ambiente de compreensão e apoio mútuo.
Também deve haver um esforço para proporcionar momentos de alegria e conforto ao enfermo. Isso pode incluir atividades que ele aprecia, como ouvir música, assistir a filmes ou programas de TV favoritos, contar histórias divertidas ou apenas passar tempo juntos em companhia silenciosa. Essas experiências positivas podem ajudar a criar memórias e proporcionar momentos de felicidade em meio a momentos difíceis.
Por fim, é fundamental que a família cuide de si mesma durante esse período desafiador. Isso significa reconhecer que cuidar de um ente querido em cuidados paliativos pode ser emocionalmente exigente e que é importante buscar apoio e recursos adequados, tais como a participação de grupos de apoio, a busca por aconselhamento ou terapia e a divisão de responsabilidades entre os membros da família. Ao cuidar de sua própria saúde mental e emocional, é possível oferecer um apoio mais efetivo ao paciente.
Em resumo, os cuidados paliativos são uma abordagem centrada no paciente, focada em melhorar a qualidade de vida das pessoas que enfrentam doenças graves ou terminais. Espera-se que aqueles que recebem cuidados paliativos estejam dispostos a se envolver ativamente em seu próprio cuidado, enquanto os cuidadores devem fornecer suporte holístico, compreensivo e compassivo, atendendo às necessidades físicas, emocionais e espirituais dos enfermos e de seus familiares.
Cristina A. Silva
Psicóloga
CRP 06/44940
Faz muito bem ao paciente e também a quem cuida. Tena excelente!